3.10.16

Soco em Ponta de Faca



Que a vida não é um morango encantado é obvio, acho que para qualquer pessoa adulta com um mínimo de senso crítico e um pingo de consciência, isto é óbvio.


Há épocas porém, que a própria vida se supera.



Como ratos em um labirinto vamos seguindo em frente, sem saber aonde entrar ou não entrar.



Um belo dia, no que aparenta ser o curso natural das coisas, eis que se apresenta a hecatombe. Como ratos que não sabem o que está acontecendo, nos perguntamos: por que? Por que, Deus? Por que? Onde foi que eu errei? Eu não estava só fazendo o que eu sempre faço? Em vez de uma pista para a saída, isso? Por que?



É curioso o fenômeno da empatia, ou a falta de.

Todo mundo tem uma "palavra amiga", um conselho, ou qualquer palavra mais sábia. Enfim, deliberar sobre o problema alheio é sempre muito mais fácil.


É verdade que na vida quase tudo é apenas uma questão de parâmetro. O que é muito grave para um pode ser corriqueiro para outro. Tudo se resume a estar na pele de quem sofre, e isso somente é possível sendo o próprio sofredor. Empatia é uma falácia nestes casos!



Há quem observe uma mão cortada de tanto esmurrar ponta de faca e acredite mesmo que consegue sentir a dor pungente que acomete ao dono da mão.

Há quem observe a mesma mão e não sinta nada.
Fato é que somente o dono da mão conhece a dor que lhe aflige.


Assim como essa manifesta diferença na capacidade de se colocar no lugar do outro, uns aguentam mais dor e outros menos. Mesmo quem aguenta mais, às vezes, cansa de dar soco em ponta de faca. A dor modifica convicções. Sob tortura vários confessaram crimes que não cometeram. Por causa da dor.

O que dizer então de meras convicções?


Eu costumava usar uma frase que eu supus ter inventado, mas, ela é tão boa que alguém já deve ter dito isso antes:



"A pior verdade, é sempre melhor do que a melhor mentira, simplesmente por ser a verdade"



Mais uma convicção que se vai...



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