10.8.22
Tolices
9.8.22
3.8.22
11 Comprimidos
1.8.22
Brumas de Galileo
E tinha teias de aranha até por dentro das costelas.
Os olhos estavam grudados de ramela e os ouvidos tampados de cera.
No rego, aquela craca de bosta seca, que nem orgânica era mais.
Nos pés, a pele morta, ressecada e quebradiça, deu lugar a uma pele nova, rosada e frágil.
Os pulmões, encarvoados pelo tabaco de anos, com aquela gosma endurecida, de repente se inflam vagarosamente...
As unhas eram tão inúteis quanto perigosas...
Os músculos eram finas tiras de carne fraca, colados aos ossos pela pouca gelatina que restava...
Mas, eis que de repente, toda essa gosma, teia de aranha, ramela e bosta seca, começam a perder seu lugar. E assim, ele vai se reestabelecendo novamente. Com a pressa da crisálida, mas, com a urgência do asfixiado. Nem tão fácil assim equilibrar pressa e urgência, enfim...
Parece ser possível ouvir as cordas vibrando... Ah, aquele piano!
As Time Goes By.