13.5.15

Fim da Rádio Ipanema FM de Porto Alegre


Li a notícia no site do Correio do Povo e não acreditei. A Ipanema vai acabar!

Tenho 36 anos e ouço a Ipanema desde os 11 anos de idade. Faz parte da minha vida. Tenho memorizada no celular, rádio do carro e de casa.

Como ficaremos agora?

É com profunda tristeza e lamentação que recebo essa notícia, mais uma vez o dinheiro venceu a cultura, a arte e o verdadeiro Rock.

Estaremos daqui para frente sem rádio, sem a experiência musical dos locutores e as dicas de música destes. Mas principalmente, sem a VERDADE sobre o que acontece de novo e o respeito pelo que sempre serão os clássicos. Estaremos sujeitos ao jabá, ou melhor, estarão. Quem continuar a ouvir rádio, porque esse aparelho não terá mais utilidade nenhuma para mim.

Sempre que possível ouvirei pelo site, mas, nunca será a mesma coisa.

Espero sinceramente que os números mostrem se tratar de uma decisão estratégica equivocada e que os senhores detentores do poder, tenham a humildade de retroceder em tal decisão e a Ipanema volte para o dial.

Lamentável.

7.5.15

Tempo, tempo, tempo...


    O que é o tempo? Quem se atreve a dizer? Existem inúmeras teorias a respeito, mas, nenhuma delas, nem nenhuma pessoa conseguiu - e talvez nunca consigam - definir a percepção individual de tempo (ou de qualquer coisa). Dado esse raciocínio, eis um breve relato sobre a minha percepção de hoje sobre o tempo.

    Que atire a primeira pedra o hipócrita que ousar bradar que nunca olhou para trás com saudade, que nunca desejou reviver ou até mesmo mudar algum dia de sua vida que ficou no passado, diga isso e lhe direi: Hipócrita!

    Tudo bem, viver no passado é o caminho mais curto para a loucura, não é disso que estou falando aqui.

   Bem, é no mínimo curioso como um acontecimento ocorrido há uma semana pode deixar a impressão de ter sido há 15 ou 20 anos atrás e o contrário também. Isso me ocorreu hoje fortuitamente e acabei lembrando da tenra idade da infância/adolescência, e de tudo que me cercava naqueles tempos.

     A primeira tentação do saudosista obstinado é achar que tudo era ótimo, que as coisas eram muito melhores do que são hoje e que nunca haverá tempo tão bom novamente. Confesso, já fui assim. O problema de se viver com essa ideia, é que a cada dia, a vida vai se tornando pior. Lógico. Se o passado é o que irracionalmente é bom, o presente sempre vai ser ruim, e o mesmo presente que hoje é ruim, amanhã será bom, simplesmente por ter se tornado passado. A esse respeito posso citar certa vez, quando perguntei sobre isso para um grande amigo, ao que ele me respondeu: "Do passado eu não tenho saudade, tenho saudade do que eu gosto não ser mais moda". Enfim, isso é chover no molhado.

    Também é curioso como tantos ideais, convicções e pessoas vem e vão ao longo do tempo. É curioso como o tempo pode se tornar uma simples sucessão de coisas, sejam elas ideais, convicções ou pessoas. Isso foi o que hoje me pôs a refletir.

     Me sinto exatamente (ou quase) como há 15 ou 20 anos atrás, mas, obviamente não sou o mesmo. Nada permaneceu igual de lá para cá, e provavelmente a configuração que se apresentou para mim naquela época ou agora, bem como para qualquer pessoa, nunca se repetirá em nenhum momento da vida em circunstância nenhuma. Por isso, hoje em dia quando penso no passado, me sinto um pouco como no quadro do Salvador. Fico contemplando por um tempo uma paisagem muito bonita, que eu ainda consigo enxergar muito claramente, mas, que é absolutamente intangível... fico um pouco assim... depois fecho a janela, conserto a garganta, olho ao redor e volto para o meu futuro passado.


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