21.6.17

Sobre viagem no tempo, déjà-vu, perdas, ganhos e escolhas impossíveis.





Tente imaginar uma possibilidade, digamos absurda, na qual nós todos somos avatares de nós mesmos. Uma possibilidade de que aqui, nesta realidade, sejamos intérpretes de nós mesmos, interpretando um papel por nós escolhido – ou pelo menos aceitado – que diga respeito àquilo que precisamos vivenciar para o próprio desenvolvimento intelectual, emocional e moral do nosso ser verdadeiro. Nosso eu maior. Para isso, experimentamos um adormecimento de consciência e a obliteração de uma forma para assunção de outra.

Dado o axioma acima, considere o jogo começado. Somos quem somos. E o somos já na altura da vida em que nos encontramos. Como saberemos se estamos seguindo o plano que nós mesmos traçamos? Não sei. As religiões dão pistas. Consciência é quase sempre infalível e citada.


Outro dia, eu tive uma experiência extrassensorial que me permitiu – em forma de déjà-vu – perceber um outro eu tendo a mesma experiência, no mesmo momento, em uma realidade alternativa, possivelmente hipotética. Por cerca de dois segundos, me foi possível experimentar a outra realidade.

Era melhor que a minha atual. Coisas ruins, que fazem parte da minha realidade atual, não haviam se concretizado naquela realidade. Eu concluí, sem base em nada, que aquele momento que definimos como déjà-vu, pode de alguma forma ser o encontro entre o que foi traçado e o que se está vivendo. 

Isto, já considerando todos os desvios causados pelo livre arbítrio e efeito borboleta. Em sendo assim, é possível deduzir que quando experimentamos um déjà-vu, estamos experimentando um momento que se encontra no espaço e no tempo com o idealizado ou aceitado por nós mesmos, em outra dimensão. Ou seja, se pudéssemos acessar o nosso plano reencarnatório e tivéssemos a força necessária para segui-lo à risca, a vida seria um déjà-vu.
Um outro dia desses, experimentando um novo déjà-vu, me ocorreu a ideia de viagem no tempo.
Há uns dias atrás, em frente à escolinha do meu filho pequeno, tive a sensação de um déjà-vu mais longo que o habitual para mim. Fiquei pensando em como seria se cada vez mais longos fossem os déjà-vus. Pensando em uma progressão matemática simples, como a descrição de uma série, seria então possível voltar no tempo. Para isso bastaria apenas ter claro para si até onde se quer voltar e viver tudo novamente em tempo real.
Nos meus déjà-vus,  pelo menos, eu não vou a um ponto do passado e retorno para o presente imediatamente. Para mim, geralmente, é um retorno de 1 ou 2 segundos no tempo e depois a fita segue em velocidade normal até o momento em que se optou pela volta ao passado.



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Tá. Um esclarecimento antes.
Quem se der ao trabalho de procurar a definição formal de déjà-vu vai encontrar algo do tipo:

déjà-vu


de'ʒa vy/
  1. substantivo masculino de dois números
    PSIC
    forma de ilusão da memória que leva o indivíduo a crer já ter visto (e, por ext., já ter vivido) alguma coisa ou situação de fato desconhecida ou nova para si; paramnésia.

fonte google

"ilusão da memória"??????????

Sobre isso, só tenho uma coisa a dizer: PISSA!!!!!!!!

Tudo que o macaco humano não pode explicar lhe assusta.
Abaixo temos uma imagem, meramente ilustrativa, de dois espécimes (macho e fêmea), interagindo em início de ritual de acasalamento.


Casal de macacos humanos iniciando ritual de acasalamento


Assim, fica mais fácil dar um nome a um fenômeno há muito conhecido, porém ainda não explicado, e inventar uma história da carochinha retoricamente pomposa e pronto! Os idiotas acreditarão, a macacada terá sua explicação e todos ficarão felizes. Tá, chega.

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Enfim, como eu ia dizendo, se fosse controlável o tempo do déjà-vu, seria possível viajar no tempo para o passado, desde que, se estivesse disposto a pagar algumas tarifas.
Entre elas, a cada volta seria obrigatória a perda daquele tempo de vida, ou seja, como nesse vídeo cassete só funcionam as funções rewind e play o vivente teria que estar disposto a viver novamente todo o tempo até o presente. Mesmo que fosse só para mudar uma coisinha do passado.

Aqui que entram as perdas e os ganhos.

A cada volta ao passado seria inevitável perder. Por mais que uma escolha como essa fosse motivada (e quase sempre seria) pela tentativa de diminuir perdas ou de obter ganhos, as perdas seriam inevitáveis.

Seria nessa hora, que o viajante do tempo teria que fazer escolhas que lhe partiriam a mente ao meio.

Exemplo:

Na minha realidade atual eu tenho um filho pequeno, lindo e gracioso.
Uma filha adolescente que é simplesmente espetacular.
Esses são meus maiores bens. Na vida.
Digamos que eu, já dominando a técnica do déjà-vu que permite a viagem no tempo, decidisse voltar no tempo, digamos em dez anos, para reparar alguma situação muito importante do passado.
Em um caso como esse, eu pessoalmente, me depararia com o seguinte dilema: valeria a pena, pela reparação desse erro, abdicar da continuidade no acompanhamento do crescimento do meu filho lindo e gracioso? Eu teria que esperar cerca de seis ou sete anos até o nascimento dele. Pra não falar do óbvio, que seria esperar dez anos para simplesmente chegar na fase em que ele está agora.
Valeria a pena abdicar de conversas memoráveis com minha filha adolescente que é simplesmente espetacular, e ter que esperar dez anos para tê-La novamente como a tenho hoje?
Pessoalmente, acho que não. De uma coisa, porém, tenho certeza. Ter que fazer esta escolha enlouqueceria muita gente.

Aí entra a questão das escolhas impossíveis. Aliás, é ótimo que seja assim (impossível).
Já pensou?
As pessoas terem que se preocupar com esse tipo de escolha e ainda terem que se preocupar com o preço do litro da gasolina ou do quilo do coxão de dentro?

E ainda há macacos pelados que tem a pretensão de explicar Deus, ou o que é pior, negá-lo.






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