10.10.19

The End

Senhora Indignada

Foi então que ele me apareceu em sonho, de repente e com uma cara de surpresa um tanto indignada, parecida com a expressão facial desta senhora da foto acima, e me perguntou:

- Tá, mas, tu esperava o quê?

Em ele sendo ele, em ele tendo me dito isto desta forma assim veemente, na forma de pergunta retórica, simplesmente não há mais o que ser dito, pensado ou escrito.

Portanto:




13.8.19

Para reflexão...

Na vida existem apenas duas opções:

Aceitamos/gostamos da nossa realidade,

Ou mudamos a nossa realidade.

Qualquer coisa diferente disso é desperdício de vida...

E nunca é tarde para redirecionar o caminho.




18.7.19

Saudade







Um pedal barato de overdrive;

Uma guitarra Tagima boa e barata;

Modulações de uma antiga pedaleira Zoom 1010;

Timbre clean do alnico de uma T 736 S em um Meteoro Nitrous 100G - 2X10;

Covers antigos de The Cure e Smashing Pumpkins...

Saudade pouca é bobagem.







25.6.19

Knock Me Down



É lindo como quase tudo o que sentimos já foi transcrito por alguém no formato de música.

A música em questão é Knock Me Down da banda estadunidense Red Hot Chilli Peppers.

Desde a primeira vez que ouvi já gostei de cara da música, apesar de não entender nada da letra. A música tem uma pegada energética, uma levada muito massa. E a letra fala sobre aqueles momentos em que nos sentimos o máximo. Aquelas fases da vida em que estamos por cima da carne seca. Ou como diz a letra: ficando poderoso, ficando alto... Em geral, é quando estamos mais propensos a cometer cagadas.

Nessas horas é que o nosso espírito pede: Knock Me Down!


OUÇA A CANÇÃO:




Knock Me Down

Never too soon to be through
Being cool too much too soon
Too much for me too much for you
You're gonna loose in time
Don't be afraid to show your friends that you hurt inside, inside
Pain's part of life, don't hide behind your false pride
It's a lie, your lie

If you see me getting mighty if you see me getting high
Knock me down
I'm not bigger than life
If you see me getting mighty if you see me getting high
Knock me down
I'm not bigger than life

I'm tired of being untouchable
I'm not above the love
I'm part of you and you're part of me
Why did you go away
Finding what you're looking for
Can end up being being such a bore
I pray for you most every day my love's with you now fly away

If you see me getting mighty, if you see me getting high
Knock me down
I'm not bigger than life
.
.
.

It's so lonely when you don't even know yourself
It's so lonely
It's so lonely when you don't even know yourself
It's so lonely
It's so lonely when you don't even know yourself
It's so lonely






28.5.19

Estilo de Vida

albert allegra cole
Cena do filme Hitch - Conselheiro Amoroso

Não sou muito afeito a comédias românticas, porém, o filme acima eu já assisti várias vezes. Acontece que por várias vezes ele pareceu interessante, portanto, foi assistido várias vezes.

Em todas as 18 vezes que eu assisti o filme, sempre me chamou a atenção essa cena, que faz parte da imaginação do Albert (personagem desse ator aí), na qual ele imagina ele e a mulher - uma ricaça no filme - ali, assim, daquele jeito, naquela cena... Detalhe: é apenas a imaginação dele. Na verdade, eles estão em uma reunião debatendo as finanças dela, e ele é uma espécie de lacaio do sistema financeiro que serve de figurante de terno e gravata para um velho decidir o que fazer com o dinheiro da mulher. No mundo, costumam chamar isto de consultoria.

Toda vez que eu assisto essa cena, fico imaginando o quanto fazemos isto na vida real. O quanto nos enxergamos numa situação melhor do que a que realmente estamos. O quanto dependemos do nosso ego para sermos algo melhor do que realmente somos.

Acontece que cenas de Hollywood existem apenas nos filmes. Ficam restritas aos estúdios.

Com a maturidade aprendemos que cenas como a do filme ali acima são, na verdade, ridículas. Que - em verdade - se a vivêssemos, seria mais provável a vergonha do que a satisfação.

Mas, sejamos honestos, o filme é engraçado.










14.5.19

Mediterrâneo

Fita VHS da coleção Videoteca ZH - Mediterrâneo Capa do DVD - Mediterrâneo


LEIA OUVINDO:

Trilha sonora - L'arrivo

Às vezes parece que vou morrer logo.
Me lembro, logo que a Julia nasceu, eu quis muito comprar uma câmera filmadora (o ano era 2002) para poder gravar cada grunhido dela. Comprei e acabamos gravando cada grunhido dela.
Porém, isto teve um efeito colateral inesperado: quando eu menos percebi, eu estava gravando o cotidiano das vidas dos meus pais de maneira quase obsessiva, por vezes, muito chato.
Toda vez que nós íamos para praia (casa dos meus pais), eu levava a câmera e gravava, gravava e gravava...
Por que estou mencionando isto? Porque, nem dois anos depois desse período, começou uma série de perdas na nossa família...
Bem, não tem nada a ver uma coisa com a outra, mas, o afã por registrar momentos (aqui são pensamentos) ainda me traz essas lembranças.
Deixemos isto para lá...




Trilha sonora - I fratelli munaron e la pastorella


No final da década de 90 o jornal Zero Hora, de Porto Alegre, lançou uma coleção de fitas VHS que eram vendidas junto com o jornal. Muitos jornais e revistas naquela época faziam isso. A pessoa pagava um pouco a mais que o valor do jornal e levava um filme junto com a porcaria do jornal.

Geralmente não eram filmes cobiçados pelos jovens. Eram filmes mais cult, por assim dizer.

Lá em casa, ou melhor dizendo, na casa dos meus pais, tinha alguns desses filmes. Geralmente a gente usava as fitas para gravar algo em cima. Foi o que aconteceu com o filme em questão.

Mediterrâneo. Filme italiano de 1991, mas, que se passava na época da Segunda Guerra Mundial.

Nunca dei bola para o filme. Até já tinha assistido alguns daqueles filmes, e, às vezes até gostava... Bah, mas, aquele não parecia ser bom.


Trilha sonora - Ballo in piazza


Passou-se um tempo, já era o ano 2000, e eu tinha ingressado na UFRGS e estava pleiteando moradia grátis nas duas casas do estudante que me eram possíveis: a CEU - Casa do Estudante Universitário na Av. João Pessoa, no centro de Porto Alegre, e a CEFAV - Casa dos Estudantes das Faculdades de Agronomia e Veterinária na Av. Bento Gonçalves, 7712 - Bairro Agronomia.

Acabei por morar na CEU, mas, foi na CEFAV - na entrevista que precedia a aprovação para morar lá - que aconteceu algo muito legal relacionado a este filme.

Éramos em uns 8 ou 10 alunos a serem entrevistados naquele dia, e ficamos esperando em uma sala a chamada para a entrevista. Foi então que colocaram o filme Mediterrâneo da coleção Videoteca ZH para assistirmos enquanto esperávamos ser chamados para a entrevista.

Na mesma hora eu pensei: Puta merda! Logo essa bosta de filme que tem lá em casa e eu nunca quis ver, mas tá, melhor que ficar olhando para parede.





Trilha sonora - Il tempo passa


Começamos a assistir o filme totalmente por falta do que fazer enquanto esperávamos.
Se fosse hoje em dia, nem se preocupariam em nos entreter enquanto esperávamos, pois certamente, cada um estaria imerso no seu próprio mundo digital até ser chamado para entrevista.

A entrevista era tipo uma conversa, e não era muito longa, e eu era algo entre o quinto e o sexto na lista - tinha uma misteriosa ordem de classificação.

Só sei dizer que, lá pelas tantas, eu já estava curtindo o filme. Acho que depois da segunda entrevista eu já estava torcendo para que desse tempo de terminar de ver o filme até me chamarem.






Trilha sonora - Progetti per il futuro


Acontece que as entrevistas não duravam nem 10 minutos, ou seja, eu não ia conseguir ver todo filme.
Bem, foi então com um certo pesar que eu abandonei o filme para atender a chamada para a entrevista do que poderia vir a ser a minha nova casa.
Antes de entrar, pedi licença para verificar no videocassete quanto tempo de filme já tinha transcorrido. Estava, mais ou menos, em 40 minutos de filme e eu pensei: esse filme tem lá na praia.
Quando saí da entrevista estava em, mais ou menos, 47 minutos.
Eu me lembrava de ter gravado alguma coisa por cima da fita que tinha na praia, só não sabia quanto tempo de filme eu tinha consumido naquele ato impensado.




Trilha sonora - Lo sbarco



De qualquer forma, tive que esperar até o fim de semana para descobrir se eu conseguiria ver o resto do filme.
Quando cheguei na praia, contei aquela história para os meus pais. Minha mãe não deu nem bola, mas, meu pai ficou curioso para saber se eu conseguiria ver o fim do filme.
Quando coloquei a fita constatei que eu havia "matado" quase 50 minutos do filme gravando por cima, ou seja, com toda essa odisseia eu perderia menos de 10 minutos de filme.

Foi assim que eu conheci este filme, que considero um dos melhores filmes que já vi, e já assisti pelo menos uma dezena de vezes desde então.
Algumas dessas vezes tive o prazer de estar acompanhado pela minha filha, que aliás, também gosta do filme e da trilha sonora.

Mediterrâneo em DVD






28.3.19

Motivação, orgulho, indignação, tédio e desespero...



Cada pessoa tem o direito de se motivar pelo motivo que quiser (sim, a redundância foi proposital).
Deus nos deu o livre arbítrio.

Pessoalmente, na maioria das vezes na minha vida, fui motivado pelo orgulho. Aquele orgulho feio, pessoal que todos nós temos guardadinhos dentro de nós, e que, em uns se manifesta de uma forma e em outros se manifesta de outra.

Já fui motivado pela indignação também. Por estar puto com alguém ou alguma coisa.
Essa também funciona, mas, não por muito tempo. Indignação cansa.

Tédio. Bem, esse eu não me lembro de ter me motivado a fazer alguma coisa maior.
Beber uma cerveja ou fumar um cigarro talvez. No máximo, tocar uma ou duas músicas no violão. Mas, só. Tédio é tédio, não é mesmo?

Agora o desespero... Ah, o desespero! Esse sim é foda.
As poucas coisas relevantes que consegui conquistar na vida foram motivadas pelo bafo na nuca, cu na estaca, não vai pelo amor vai pela dor, tubarão na piscina... e por aí vai.
Desespero enfim.

No momento atual eu pressinto mudança. Algo está para acontecer.
Sei que vou precisar de motivação para isso.
A grande questão: de onde ela virá?
Dessa vez espero ser eu o agente provocador da mudança, e que esta seja boa, traga benefícios, defina corretas distâncias, enfim acerte as coisas.
Assim espero.
Espero ter passado a fase de ter que precisar ser motivado a ter motivação.
Assim espero.









25.2.19

E o que sobrou?



- Que é que eu vou fazer pra te esquecer?
- Me diz tu Nei.

- Que é que eu vou fazer pra te deixar?
- Não sei também.

- Que é que eu vou fazer pra te lembrar?
- Tá, te decide.

- Em que espelho teu, sou eu que vou estar?
- Meu deus, que tanto de perguntas!

Não tem uma resposta pra variar um pouquinho?

Puxa vida Nei, o que é que eu vou fazer com a tua canção? Lembro? Esqueço? Deixo?

Até decidir, vou ouvindo mais um pouquinho. Talvez venha uma resposta...

Foda é que a música do Rappa não me sai da cabeça, atrapalhando a tua:

"Pra gente ver... O que sobrou do céu?" Seria isto uma pergunta ou uma afirmação?

Sei lá, por ora, vou de Nei. Mais uma vez.



PRA TE LEMBRAR

Que é que eu vou fazer pra te esquecer?
Sempre que já nem me lembro, lembras pra mim
Cada sonho teu me abraça ao acordar
Como um anjo lindo
Mais leve que o ar
Tão doce de olhar
Que nenhum adeus pode apagar...
Que é que eu vou fazer pra te deixar?
Sempre que eu apresso o passo, passas por mim
E um silêncio teu me pede pra voltar
Ao te ver seguindo
Mais leve que o ar
Tão doce de olhar
Que nenhum adeus pode apagar
Que é que eu vou fazer pra te lembrar?
Como tantos que eu conheço e esqueço de amar
Em que espelho teu, sou eu que vou estar?
A te ver sorrindo
Mais leve que o ar
Tão doce de olhar
Que nenhum adeus vai apagar...


OUÇA A CANÇÃO:

Nei Lisboa - Pra Te Lembrar



8.2.19

Remanescentes (IV)



Se tem uma música que eu gosto de ter escrito é Terra de Ódio. Mas é preciso ser justo, o C-pultura deu uma mão na letra.
Essa música é muito boa e, nas mãos de um produtor razoável poderia ter sido - ou ainda pode vir a ser - um ícone do hardcore. Sem falsa modéstia.

A definição do Nacional sobre sermos uma banda de hardcore:
"Era...
Mas era q nem os carrinho bate e volta.
Nos largavam cheio de corda e a gente ia a mil batendo com a cabeça na parede mas nao parava"

Na época da Remanescentes, éramos jovens (menos o Nacional 😂😃), imaturos e inexperientes.
Principalmente inexperientes.
Hoje em dia, quando olho para trás, consigo ver o tanto de erros que cometemos, mas, muito por falta de qualquer orientação.

Simplesmente não havia acesso à informação que possibilitasse uma banda de guris trilhar seu caminho com suas próprias pernas.
Qualquer banda naquela época que chegava a algum lugar, dependia do aval de pessoas do meio, fosse rádios, selos de gravadoras, outras bandas já inseridas no mercado... enfim, tinha que ser aceito de certa forma. Talento era apenas uma premissa.
Na prática, isso significava lamber as bolas dessa gente até se conseguir alguma independência.
Essa parte era clara, e isto nunca me serviu. Sobre qualquer assunto, na vida.
Feliz era o Nacional que ficava contente se tocasse por xis. "Um xis e um refri pra gente tocar num boteco tá mais do que bom" ele dizia.

A foto ali em cima representa bem a formação da Remanescentes na maior parte do tempo de duração da banda. Sem querer cometer injustiças com nossos amigos, a banda mesmo era eu, o Nacional, o C-pultura e algum baterista. Ali na foto era o Negão.
Esse dia foi na cidade de Camaquã num inverno de 98 ou 99, acredito eu.

Aqui abaixo, tem a letra da música e o vídeo da apresentação no Colégio Becker.

Coloquei também uma gravação feita ao vivo no estúdio 155. Este estúdio era da banda de rockabilly Barba Ruiva & os Corsários.

Aliás, a música De Novo (Vagabunda) deles é muito massa. Vou deixar um vídeo que eu achei no Youtube aqui também.
O cara que sempre recebia a gente era o cidadão do contrabaixo acústico (no vídeo), não lembro o nome dele...


Terra de Ódio

Quero uma confissão
Dessa gente podre
Eles me dão força
Pra chutar a tua cara

Não adianta esperar sentado
Tarde demais pra chorar
Nosso futuro é fruto do passado
Uma semente há muito plantada

(Hardcore)
Terra de ódio, morte e corrupção
Mundo doente com fome e miséria
Pessoas dementes estragando a nação
Velhos carrascos dominam o Sistema

Você espera por um messias
Que alivie a sua dor
Eu espero que você morra
Pois essa semente foi você quem plantou

Gente faminta roubando pra comer
Eles não se importam, só querem nos foder
Cabelos penteados pra aparecer na TV
Velhos carrascos vão pro inferno apodrecer

Tenho medo de acordar
E descobrir que não estou sonhando
Se tudo isso for real
Esse mundo é mesmo insano

ASSISTA O VÍDEO
Remanescentes - Terra de Ódio - Col. Dom João Becker - 18/10/1997

OUÇA A CANÇÃO




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ASSISTA O VÍDEO

Barba Ruiva & os Corsários - De Novo (Vagabunda)






6.2.19

Remanescentes (III)



Eu comecei a trabalhar formalmente bem cedo, com 13 para 14 anos de idade. Isto significa dizer que a minha adolescência foi um pouco diferente da dos meus amigos, que eram uns vagabundos. Ou pelo menos assim eu julgava na época. Hoje em dia eu acho que eu deveria ter sido igual a eles neste sentido. Estavam apenas sendo adolescentes.
Essa breve contextualização serve para explicar que essa música foi composta por mim, em parceria com o Nacional, no verão, na praia, quando eu tinha uns 16 anos. Isto nos coloca em fevereiro de 1995 (nas minha férias anuais do trabalho), em Costa do Sol - Cidreira, na casa dos meus pais.
Só que se eu falasse apenas que foi na praia, daria a entender que eu estava na casa de praia, ou em alguma casa alugada, de férias do colégio coçando os dias inteiros até voltar para casa e seguir a vida de colégio do resto do ano.
Não era assim.

Eu e o Nacional já nos conhecíamos, daquele verão mesmo ou do anterior, não tenho certeza... mas, foi nesse verão que nos tornamos amigos.
Os pais dele tinham alugado a casa deles em fevereiro. Mas, ele foi para praia do mesmo jeito, apenas com uma mochila e sem lugar para ficar.
Quem conhece minimamente o Nacional sabe que ele não faz o tipo aventureiro, nem um pouco.
Acabou ficando lá em casa aquele mês.

Era comum ficar na frente de casa, cada um em uma cadeira preguiçosa com um violão dedilhando até sair alguma coisa. Foi numa dessas que surgiu Cirros, que é a música do vídeo desta postagem.

Música estranha, bem meia boca, mas, que traz consigo muitas boas lembranças. Dedicamos algum trabalho e sentimento para que ela saísse. Era um começo de tentativas de fazer música em um estilo um pouco diferente do que estávamos mais acostumados.

ASSISTA O VÍDEO:

 Remanescentes - Cirros - Col. Dom João Becker - 18/10/1997


A foto no início foi tirada num show no extinto Bar Fim (ou era Brugalli?), que ficava ao lado do João na Osvaldo. Fazia parte do também extinto projeto 10000 e Uma Noites da Suely e do Luiz. Não faço ideia de quem tirou essa foto ou como ela veio parar nas minhas mãos, mas a data foi algo entre 1998 e 1999.






5.2.19

Nei Lisboa


Se fosse possível colocar as imagens de 2001 - falo das imagens porque a música não envelhece - isto comporia parte dominante da minha realidade naquela época.

E se...?
Já dizia um velho amigo: "se" não joga.

Uma coisa é certa, a saudade.
Foi ontem.

O mais "louco" e adorável disso tudo, é que estou cada vez mais perto de 2001 novamente. Ao mesmo tempo que não.
Como disse certa vez, um certo Roger Waters: O sol é o mesmo, de forma relativa, mas você está mais velho, com menos fôlego e um dia mais próximo da morte.

Esse tipo de pensamento me traz a imagem e a voz um velho conhecido meio retardado que dizia: "a vida é loka cara".





Produção Urgente
Nei Lisboa

O mundo dá voltas à volta de Piccadilly Circus
Buscando a nota exótica que falta
Ao seu traje blasé televisivo

O mundo dá tratos à bola
À mesma que destrata
Pisando na miséria imediata

Contrata para produção urgente
Um negro bem dotado
E um latino quase inteligente



O mundo é dos vivos
O mundo é dos bancos
E os bancos dos mendigos

O mundo é de loucos
Que mundos não têm dono
E só somos vencidos pelo sono

O mundo é do novo
E o novo dos antigos
O mundo é quem sobrar no fim da noite
Dos amigos

Uma manhã inteira de contemplação e cagaço.


E foi bem parecido com esta última imagem. A linha traçadora de destinos apareceu assim, meio fraquinha, aparentemente indecisa, mas, pedalou a porta com os dois pés.









30.1.19

I'm going through changes





De tempos em tempos é bom fazer alguma mudança radical. É bom para a cabeça. É bom para o espírito.
Eu tenho uma índole tão preguiçosa e comodista que na maioria (ou talvez todas) das vezes que conquistei algo (não pessoas) na vida, precisei estar com o cu na estaca.
Um velho amigo costumava dizer: se não houver tubarões na piscina, o cara não se mexe. Pura verdade.

Quarenta anos, um número redondo. O meu tanto de TOC me faz gostar de números redondos.
A última vez que conquistei algo grande faz tempo, e além disso, o que era grande para a época, hoje não é mais. Hora de querer mais.
Respeito é o filho mais velho da Admiração com o Medo. Fazer o que, não é mesmo? Afinal, quem é que gosta de tudo igual para sempre?



A minha vida inteira fui influenciado por filmes e músicas. Poucas vezes por livros. Por causa disto então, tenho uma tendência que virou natural de associar coisas, fatos, e às vezes pessoas, a letras de músicas ou partes de filmes.

Quando resolvi registrar um pensamento sobre "mudanças", me veio naturalmente à cabeça a belíssima e lacrimosa canção da banda britânica Black Sabbath: Changes. Letra e música se combinam de uma forma que sempre me fascinaram nesta canção.
Porém, sou obrigado a admitir que me veio à cabeça também, a imagem de um caminhão de mudanças. Não consigo evitar essas coisas.

Enfim, uma canção escrita com o coração fala por si só.

Abaixo o link para ouvir e a letra:

OUÇA AQUI - Black Sabbath - Changes

Changes - Black Sabbath

I feel unhappy
I feel so sad
I've lost the best friend
That I ever had
She was my woman
I loved her so
But it's too late now
I've let her go

I'm going through changes
I'm going through changes

We shared the years
We shared each day
In love together
We found a way
But soon the world
Had its evil way
My heart was blinded
Love went astray

I'm going through changes
I'm going through changes

It took so long
To realize
And I can still hear
Her last goodbyes
Now all my days
Are filled with tears
Wish I could go back
And change these years

I'm going through changes
I'm going through changes




28.1.19

Brilhos de Estrelas


Tenho como certo para mim que ninguém mais acompanha blogs pessoais, como este aqui.
Eu mesmo escrevo um e não leio nenhum.
Às vezes esbarro em algum por acaso. Em geral blogs informativos.
Com este blog, tenho a mísera pretensão de deixar o registro de alguns pensamentos, sentimentos e ideias para depois da minha morte.
Para quem? Não sei. Talvez para os meus filhos.
Eu, por exemplo, se tivesse acesso a algo parecido que tivesse restado dos meus pais, teria algo a que me apegar de vez em quando. Mas sou de uma geração na qual as lembranças se restringiam (além da própria memória) à fotos e vídeos. E ainda assim, vídeos para quem podia comprar uma câmera filmadora, que diga-se de passagem, eram caríssimas. Em certo momento eu pude comprar, então sobraram alguns vídeos, mas, nenhum pensamento...
Enfim...

Esta é uma canção deveras sentimental para mim, com significado especial. Ganhei "de presente" no início do ano passado.
Primeiro veio a harmonia a chamar a atenção no violão e, logo em seguida, a linha melódica da voz.
A letra veio um pouco depois, no meio do ano. Completou-se então o presente de algum amigo ou amiga espiritual que ainda não desistiu de mim.
Obrigado!


Como diz na letra, o contexto era Porto Alegre no início dos anos dois mil. Muitas coisas acontecendo nas nossas vidas e mudando tudo ao redor. Juventude, Lima e Silva, faculdade, gravidez, falta de grana, sonhos a mil... Muitos medos e expectativas.
É naturalmente um olhar para o passado, porém, em forma de celebração e não de tristeza.
Um olhar para alguns dos pontos brilhantes de um passado que parece ter sido ontem, e que me dá muita saudade.
Com os olhos de hoje, olhando para trás posso dizer, foi um recreio mesmo.
Por isto então, o "Brilhos de Estrelas" no plural exagerado.

The place was ours baby!!!

OUÇA AQUI - Brilhos de Estrelas






25.1.19

Saudade ou alívio?




Às vezes olho para trás e não acredito

Não acredito no tanto de dor

Não acredito no tanto de lágrimas

Não acredito no tanto de faces retorcidas pelo desgosto, pela amargura, que eu causei ou fui causado...

Tanto não acredito que quase morro de arrependimento... quase.


Às vezes olho para trás e não acredito

Não acredito em como foi bom

Não acredito que dei tantas risadas

Não acredito que fui tão agraciado com tantas pessoas e momentos simples, únicos e maravilhosos...

Tanto não acredito que quase morro de saudade... quase.